quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A primeira regra da liderança: Tudo é culpa sua!


No clássico filme para crianças da Pixar, A Bug´s Life (Vida de Inseto), Hopper, o líder dos gafanhotos invade o formigueiro para demandar a comida que as formigas deveriam ter separado para ele e seu bando. Pouco antes da chegada dos gafanhotos a comida que era para eles estava perfeitamente separada em um local seguro, porém Flik, uma formiga-macho desajeitada causou um acidente no local e todos os grãos que haviam sido separados para os gafanhotos foram perdidos.
Hopper se dirigiu à nova líder das formigas, a princesa Atta, exigindo uma explicação. A princesa, confusa e com medo, começou a explicar que a culpa não era dela e que a comida estava lá, mas o Flik... Hopper a interrompeu bruscamente e furioso disse: “Princesa Atta, aprenda a primeira regra da liderança: Tudo é culpa sua!”.
O personagem Hopper definiu de maneira magistral a essência da liderança que não necessariamente tem a ver com a palavra “culpa”, mas com responsabilidade. Claramente na situação descrita acima, a princesa Atta realmente não tinha “culpa” direta do que aconteceu, pois o acidente foi causado pelo Flik sozinho, mas sendo a líder das formigas, qualquer ato praticado por um de seus “subordinados” está sob a sua responsabilidade e portanto a resposta dela ao gafanhoto não era aceitável.
No mundo real é relativamente comum observar esse tipo de comportamento em “líderes” que quando as coisas estão indo bem na empresa assumem 100% da responsabilidade pelos resultados, mas que quando o cenário é negativo começam a colocar a responsabilidade ou a “culpa” de tal cenário na baixa performance da equipe comercial, no diretor financeiro que não aprovou uma verba de marketing, no governo, na economia, etc.
O general da aeronáutica norte-americana, Curtis Lemay, disse certa vez que se ele fosse definir liderança em uma única palavra seria “responsabilidade”. Quando um líder assume total responsabilidade pelos resultados do grupo que lidera, sejam positivos ou negativos, ele automaticamente envia uma mensagem para os seus subordinados de que todos estão no mesmo barco e que aconteça o que acontecer eles podem confiar que aquele líder será o último a abandonar aquele barco. Independentemente do seu cargo, assumindo a responsabilidade de ajudar a resolver problemas em uma corporação mesmo em casos em que claramente você não teve participação direta ou indireta naquela situação é o primeiro passo para desenvolver uma verdadeira trajetória de liderança.
Escrito por: 
  • Renato Grinberg

Renato Grinberg é especialista em liderança, desenvolvimento profissional, gestão de empresas e autor do best-seller de carreira/negócios “A estratégia do olho de tigre”. É formado em música pela FAAM, tem pós-graduação em Marketing pela University of California Los Angeles (UCLA), MBA pela University of Southern California (USC) e cursou Melhores Práticas em Liderança na Harvard Business School. Trabalhou em grandes multinacionais como a Sony Pictures e Warner Bros. e também foi presidente da Trabalhando.com Brasil. Atualmente é CEO da Currículo Autêntico, professor de liderança no MBA da HSM Educação e colunista do site da Harvard Business Review Brasil.

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