segunda-feira, 28 de março de 2011

Deming - Princípios da Qualidade



W. Edwards Deming é reconhecido pelos seus trabalhos em melhorias de processos produtivos tanto na indústria americana, durante a Segunda Guerra Mundial, quanto no Japão, onde é considerado como um dos maiores contribuintes para o enorme avanço da indústria japonesa. Sua contribuição foi tão importante que o maior prêmio que qualidade deste país leva seu nome.
Em seu trabalho Deming estabeleceu os 14 princípios da qualidade (Qualidade: A Revolução da Administração, Marques Saraiva, 1990), que foram adotados por empresas japonesas. Esses princípios ilustram a essência de sua filosofia, sendo aplicado a qualquer tipo de organização, tanto industrial quanto de serviços. Desta forma vamos ver como seria a aplicação destes princípios em um time de futebol, que não deixa de ser uma organização que todos conhecemos.
1º princípio: Estabeleça constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego. A meta do time é ganhar o campeonato, dessa forma todos devem buscar este objetivo comum, deixando de lado atividades que impeçam a alta produtividade da equipe e a melhoria constante de seu futebol;
2º princípio: Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica. A administração ocidental deve acordar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança no processo de transformação. Não podemos conduzir o time de futebol da mesma forma que era no passado. Os torcedores estão mais exigentes, assim a direção do time deve ter em foco os seus clientes e não seus próprios interesses;
3º princípio: Deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, a qualidade no produto deve existir em todos os estágios. O time não deve ser somente os que estão em campo. Deve ter preparação das equipes de base e não ficar restrito somente à contratação de jogadores já prontos;
4º princípio: Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Ao invés disto, minimize o custo total. O time deve buscar relacionamentos de longo prazo com seus patrocinadores e fornecedores, baseados na confiança e não em leilões;
5º princípio: Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, conseqüentemente, reduzir os custos. O espetáculo não se resume ao campo. Cuidados devem ser tomados com as instalações, o conforto e a segurança dos torcedores. Estas atitudes, somadas ao um bom time, atraem os torcedores para o estádio;
6º princípio: Institua treinamento no local de trabalho. Sem treinamento sério, corrigindo falhas e aperfeiçoando o que já é bom, não tem como o time se tornar vencedor;
7º princípio: Adotar e estabelecer liderança. O objetivo é ajudar as pessoas a realizarem um trabalho melhor. A liderança do time não deve ser somente do capitão, deve passar pelo treinador e pelos dirigentes, lembrando que todos estão a serviço do torcedor;
8º princípio: Elimine o medo. Muitos talentos são desperdiçados devido a esquemas táticos que inibem a criatividade ou pela autoridade de treinadores que não permitem o pensamento divergente. Eliminar o medo é criar um ambiente onde todos possam trabalhar de forma eficaz para a equipe;
9º princípio: Elimine as barreiras entre os departamentos. Todos os departamentos devem trabalhar em conjunto para que se consigam atingir os resultados, pois tanto o setor médico quanto o roupeiro influenciam no desempenho dos atletas durante as partidas;
10º princípio: Eliminar slogans, exortações, e metas dirigidas aos empregados. Este tipo de exortação apenas gera empolgação sem comprometimento, afinal, impedir que um gol seja feito não é tarefa somente do goleiro, da mesma forma que qualquer um dos onze jogadores em campo pode fazer gols;
11º princípio: Elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-os pela liderança. Não existem cotas de gols que o time deve atingir, assim como os jogadores não podem atuar somente em função do “bicho” por cada partida. A busca constante pelos melhores resultados deve ser responsabilidade da liderança;
12º princípio: Remova as barreiras que privam o operário de seu direito de orgulhar-se de seu desempenho. A responsabilidade dos chefes deve ser mudada de números absolutos para a qualidade. Todos devem ser reconhecidos pelo trabalho bem feito, pois a vitória não é mérito somente do artilheiro, mas de todos na equipe e nas posições de suporte ao time. Assim desde o massagista até o pessoal da administração têm o direito de orgulhar-se de seu trabalho; 
13º princípio: Institua um forte programa de educação e auto-aprimoramento. Quem disse que jogador de futebol deve ser “sem instrução”? Quanto maior a cultura do atleta, maior sua capacidade de raciocínio e menor a chance do mesmo cair nas mãos de agentes inescrupulosos.
14º princípio: Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação, pois ela é da competência de todos. O time deve se ver como uma empresa, que vive de resultados e necessita de profissionais da mais alta qualidade.
Pense nos times que estão disputando o campeonato que você acompanha. Vejam quais estão mais próximos destes princípios e quais estão mais distantes. E então confira a posição que estão na tabela de classificação. E quanto a sua empresa, como ela está no “campeonato”?

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